segunda-feira, março 24, 2008

morrinha vem de morrer

Qual o sentido desta segunda-feira depois de um domingo de páscoa em que não sabemos quem tem que trabalhar ou não e porquê? Um dia assim, a cabeça ainda em compassos e amêndoas, princípios de primavera e o céu a cuspir morrinha. Morrinha, mas que merda é esta? Eu a descobrir no dicionário que morrinha é não só esta chuva estúpida que não se assume, como também pode ser significar "doença ligeira". Tudo a meio gás portanto. Meio. Chuva que não encharca, doença que não dói, trabalho que ainda não está definido, férias que não estão bem acabadas. Descobri que hoje não vou conseguir ultrapassar este estado desprezível de "morrinhenta". Mas pelo menos vou tentar ser coerente na coisa. Comerei meio pão com queijo, fumarei 10 cigarros e falarei apenas o essencial por preguiça de pensar em mais qualquer coisa. Deixarei unicamente sorrisos amarelados aos que me encontrarem na rua, meio litro de chá no bule, a máquina por fazer, a cama amarrotada e o banho por tomar. A seguir ao almoço, depois de alguns minutos a roçar suavemente as pernas num aquecedor a óleo, tentarei qualquer acção digna e nobre, mas não prometo grande coisa. Ressuscitar devia ser mais democrático.

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