quinta-feira, abril 03, 2008

depurar

Já gostei de dar títulos aos quadros ou a uma exposição. Hoje em dia é um tormento. Como se reduzem todas as angústias, vontades, erros, dias, horas, minutos, segundos numa palavra? Não há palavra que mereça tanta coisa. Maior parte delas são ingratas e redutoras. Às vezes acho que devia haver um nome diferente para cada pessoa no mundo. Não seria assim tão complicado e acabavam-se os rótulos que cada família acarreta. Isto de dar nomes às coisas. Mas confesso que por vezes também não me custa assim tanto, especialmente quando se trata de adjectivar pessoas que não conheço. Por exemplo, a gaja da ervanária é feia e tem cara de enjoada. É também enjoativa, porque me enjoo só de olhar para ela. Tem cara de peixe estragado, os olhos demasiado cá fora e a boca a querer chegar aos pés. Pinta-se imenso e sempre da mesma maneira. Não gosto de mulheres excessivamente maquilhadas ao balcão de ervanárias, retira-lhes a credibilidade. Não consigo confiar nela nem pedir-he ajuda. É daquelas que diz "prontos" uns a seguir aos outros. Era gorda mas já não é. Espero que não tenha feito a dieta à base da depuralina, não vá ela amanhã apresentar-se ao trabalho para além de feia, doente do fígado.

1 comentário:

Ana Oliveira disse...

Bem...não gostava nada de ser a mulher da ervanária. Se, para além de feia, enjoada e sem credibilidade ela ainda tem hipóteses de sofrer "episódios tóxicos graves" à custa de querer emagrecer, é mesmo uma infeliz!
Já agora...antes de ser um tormento...davas títulos aos quadros ou às exposições antes ou depois de os terminar?