sexta-feira, fevereiro 08, 2008

o mistério da cabine

Todas as noites, ao lado de casa da minha avó, está um chinês a falar numa cabine telefónica. Isto começa a provocar-me uma curiosidade mórbida. Será que estão a falar
à pala para a China ou a encomendar artigos dos armazéns da Varziela?
Não é sempre o mesmo homem lá dentro. Ora um velho, ora um jovem. Devem revezar-se (acho que nunca tinha escrito a palavra "revezar").
Estava eu a ir para o Bonaparte e ouço uma voz histérica vinda da cabine. Reparo que é o chinês do costume. Cá para mim ele pertence à loja hao-hua ali ao lado onde costumo comprar ganchos para o cabelo, embora só tenha visto mulheres a trabalhar lá dentro. A família de chineses da rua senhora da luz deve ser meia machista. Já desconfiava.
Regresso do Bonaparte. Venho contente depois de algumas cervejas e cigarros legais.
Talvez tenham passado duas horas.
E ele ainda lá, com a sua voz aguda e penetrante falando esse mandarim que por momentos me apeteceu entender.

1 comentário:

António A. Antunes disse...

eu já sei quem é o chino.