O Roberto, só naquele bocadinho estive lá, bebeu 4 ice-teas. Vi-o com estes olhos que a terra há-de comer, a abrir 4 latinhas daquelas. Era apenas um fim da tarde de terça-feira e não havia muito para fazer. Talvez por isso ele fosse achar que se intoxicar de açucar e teína seria a melhor opção. O Roberto abria as latas maquinalmente, indiferente ao som do metal quando se puxa aquela coisa e abre-se a lata. Pode-se dizer que esse som é excitante, sugestivo, inaugural. Faz-me lembrar a campainha de Pavlov. Acho que o que eu queria mesmo é que o nosso Roberto fosse que nem os cãezinhos, que ladrasse e se babasse ao ouvir o estalo metálico que lhe anunciava gratuitamente a satisfação de um desejo. Mas não. Talvez ele não sentisse desejo. O nosso amigo olhava em frente e prás, abria a lata, depois punha a cabeça assim ó pra trás, um golo desmedido, e voltava a pousar os olhos num livro que fingia ler.
(à noite, quando fui revistar os quartos e vi o Roberto a dormir, apeteceu-me abraçá-lo muito e dizer-lhe que a solidão não se cura com líquidos)
quarta-feira, março 25, 2009
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3 comentários:
tocou-me
Voilá: http://www.youtube.com/watch?v=2reD--yIdbE
tinha mesmo cara de Roberto. ca gande Roberto.
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