terça-feira, fevereiro 07, 2006

NOVA (Ze)LAND(ia)

Isto aqui e' bonito e pronto. Nao consigo descrever as cores do ceu, nem dos mares, nem das arvores. E' imenso e brutal. A capital, Wellingnton, e' como todas as cidades europeias. Os gajos comem muita fast food e cozinha chinesa. Ha chinos em todo o lado, cada vez admiro aquele povo. Sabem como se fazer a vida.
Continuam a aparecer pessoas vindas do ceu na minha viagem:
Estava eu a procura de hostel ha mais de uma hora porque tudo estava cheio, e quando viro as costas desapontada a mais um recepcionista, ouco uma voz a dizer - "hey, i can see you didn't get room...we have two rooms, we can give you one..." Pois e', o casal resolveu dormir apertado para dar tecto a uma tuga morena e desesperada que andava pra'li cheia de mochilas e tachos. Nao tive que pagar um centimo, nem a eles nem ao hostel. Foi um bocado chato sentir-me ilegal, mas bem melhor do que pagar aqueles donos ricos. Duas noites a pala deles, e depois ainda fizeram questao de me oferecer um kebab e uma cerveja. Fantastico.
E por falar em ilegalidades, tive uma situacao deveras caricata no aeroporto na Nova Zelandia. Depois de pegar na minha mochila e pronta para sair do aeroporto, tive que passar por aqueles raios x e por aquela cambada de poilicias que nos apalpam e olham para nos como se fossemos possiveis terroristas. Pois bem, eu fui uma das seleccionadas a quem eles tinham que checkar toda a bagagem e tudo mais que eu trouxesse comigo. Olharam para mim, perguntaram se estava a viajar sozinha e puseram-me logo para o lado. O policia era um idiota, daqueles simpaticos por cinismo. Perguntou-me milhares de coisas relacionadas com a minha vida, onde ia, como ia, donde vinha, o que pintava etc. Depois passou um papel redondo na minha carteira para ver se encontrava residuos de droga e va-se la saber como, aquela maquineta apitou positivo. O palerma dizia que era cocaina que para ali andava ou ja tinha andado na pobre carteira (uma pura e inocente carteira castanha que eu tenho com um elefante...quem se lembrar dela ganha um premio!). Eu fiquei a olhar para ele com uma cara ainda mais idiota que a dele...disse: "what? it's impossible." Mas depois pensei que era melhor ficar calada, porque eles ja devem ter ouvido essa mesma frase de muitos culpados...Sentei-me por uma hora e tive que assistir dramaticamente ao espectaculo do policia cuscuvilhar toda a minha mochila enquanto me ria com a forma como pegava na roupa interior suja e nos pensos diarios. Acho que a certa altura ele pos mesmo em consideracao se eu era dealer ou nao. Depois de passar o tal papelinho magico em todo o sitios possiveis e dar negativo em todos eles, o gajo la se convenceu. Eu disse que ele tinha que passar outra vez na tal carteira porque eu queria ver o resultado outra vez. O homem passou a volta do couro sem tocar nos cartoes e deu negativo. Disse-me para ter cuidado com os cartoes de credito que toda a gente mexe neles e que muitos deles vem com cocaina. Mesmo assim, antes de me deixar ir embora teve que ir falar com o boss para os dois pensarem profundamente se eu podia ir em paz ou nao. No fim disse : "Ok Maria, you can go, we are happy with you". Apetecia-me bater-lhe, mas apenas lhe disse muito educadamente que nao gostei da forma como ele, quando se dirigia a mim, ja me estava a acusar indirectamente. Virei as costas e fui procurar um autocarro barato ate ao centro.
Nao sabia para onde estava a ir, e a certa altura resolvi perguntar a motorista onde ficava uma rua que eu tinha anotado para procurar hostel. Ficou toda a chateda e perguntou-me se eu achava que devia interrompe-la enquanto estava a guiar. A mulher nao deve ter percebido que estava parada no sinal vermelho e exactamente por isso e' que lhe perguntei naquela altura. Lembrei-me logo dos fantasticos autocarros portugueses onde de la de tras se pode gritar e ofender quem quer que seja : "Oh senhor motorista, olhe a porta de tras...boce e' besgo ou mouco?..."

Pelos vistos estou entregue a um dos paises que muita gente considera ser o mais bonito do mundo...A ver vamos.. o carro ja esta alugado e comprei um fogaozinho minusculo para me consolar com comida enlatada.
Qualquer dia nao sei onde vai caber tanto sentimento.

6 comentários:

Anónimo disse...

Eh pá essa do controlo no aeroporto foi uma experiência pouco agradável...mas vá lá que terminou bem.
Pelo vistos disseste ao bófia que eras pintora; pergunto eu: tens pintado?
Milhões de bjs
Old

Anónimo disse...

mery mery...tenho faltado aos encontros bloguistas...volto depois! manda-m uma foto da australia.
mil amores

Anónimo disse...

e' isso que tenho tentado fazer, mas deixo sempre o cd no carro...vais vibrar..sei que um dia ainda ca vens, e' so quereres, nao e verdade?

Anónimo disse...

eu também quero ver fotos!

Anónimo disse...

estou triste meri...estive a ver o teu blog e sinto-me completamente à parte...sinto que te trai, que não partecipei nada..que estive completamente out...é aquele gorducho não me deixa fazer nada...!mas ao mesmo tempo adorei ler os teus textos..
lê-los foi como sentar-me ao teu lado como uma sombra ou uma mosquinha, participando em todos os momentos..é tão fácil imaginar-te e descreves tudo tão bem...
essa é sem dúvida a maior e talvez melhor experiência que tiveste até agora...
a partir de agora vou estar sempre aqui..vou fazer parte destas letrinhas brancas que te devem confortar e fazer-te sentir querida e amada por tantas conections e amizades...
eu sei como é estar fora e não receber noticias das pessoas que esperamos...espero que não sintas isso de mim...
a culpa é do gordo!

Anónimo disse...

não sei quem é este Said que me anda a perseguir...com este nome deve ser indiano!!
ah cigano!

( petit)