terça-feira, maio 02, 2006

bem vindo ao aeroporto sa carneiro, ate sempre memoria

Ja cheguei. Mas tenho ainda dois textos escritos que nao tive tempo de passar. Sobre o Rio, sobre o Brasil.
Depois de se sonhar acorda-se sempre na mesma cama. Os lencois sao os mesmos, o Porto tem manias e personalidade de velho. Não é uma desilusao.
Tirar um penso colado a pele que tem que sair. Chegar é ter que arrancá-lo. Doi, mas depois ate pode ser melhor ou pelo menos mais limpo. Vou continuar a escrever. A memoria nao me deixa parar. A vontade de viver tambem nao. Ate ja.

3 comentários:

coentros disse...

andre, penso em ti quando escrevo. espero pelo teu casamento. mari.

Andre Alves disse...

hoje é o meu dia de anos
ler "penso em ti quando escrevo" dá-me aquela coisa na garganta que prende uma lágrima ou outra de saltar sem convite, e sem dúvida, a melhor prenda que se pode receber...
envelhecer é um fenómeno engraçado. é como estar no mar e ser uma bóia de sinalização: depois do naufrágio encontramos uma e agarramo-nos à sua solidez em pleno oceano; mas ninguém nos procura porque a porcaria da bóia sinaliza o limite, e por incrível que pareça, as coisas existem para dentro ou para fora de um limite, não nele. fazer anos é assim, existe o antes e o depois. o dia ele mesmo é uma abstração encantada e o que fica (enquanto aguardamos na bóia) é a emoção de sentir que amamos e sentimos a falta de alguém.
neste dia a prenda vai para os meus amigos todos; como os amo; como os quero perto de mim... procurem sempre até à bóia.

para ti maria magna, um delicioso abraço (e eu nem dou muitos) pelo cumprimento dessa admirável etapa, por regressares a esse velho ar de cidade morta que nos faz sentir tão vivos

teu

Anónimo disse...

...e escrever assim quem tem tanta vontade de viver talvez seja uma ajuda para este mundo ser melhor! Logo, escreve, escreve, escreve...e nunca deixes morrer a memória. Quando muito deixa-a dormir, para ela depois contar os sonhos...
New Old